Frase ‘Laysa, presente’ foi repetida por diversas vezes em coro (Foto: Portal Infonet)
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 20 out, 2018 18:20
Corpo de Laysa Fortuna é sepultado sob protestos contra
transfobia
O corpo da transexual Laysa Fortuna foi sepultado na
presença de amigos e familiares na tarde deste sábado, 20, no Cemitério São João
Batista, em Aracaju. Ela morreu na última sexta-feira no Hospital de Urgência
de Sergipe (Huse), onde se recuperava da facada que levou de Alex da Silva
Cardoso no dia anterior. Alex já está preso e será indiciado por homicídio.
Nesta tarde, os amigos da vítima ecoaram gritos contra a transfobia e LGBTfobia
no cemitério – assim como a frase ‘Laysa, presente!’.
Geovana: ela queria ver as pessoas felizes e livres
Geovana, transexual e amiga de Laysa, diz que guardará boas
lembranças dos anos de convivência com a amiga. “Laysa era alegria. Era uma
mulher guerreira e transmitia isso. Queria que as pessoas fossem livres,
felizes e respeitadas”, pausou. Ela sempre enfrentou os casos de violência que
via nas ruas. Ela sempre foi muito ativa. Ela lutava por todo mundo”, conta o
amigo e homem trans, Daniel Lima. “A mensagem que fica é que nós estamos aqui.
Vamos continuar aqui, resistindo por Laysa e tantas outras”, concluiu Geovana.
O assassinato de Laysa endossa uma grave estatística no
Brasil, segundo apontam os dados da Associação Nacional de Travestis e
Transexuais (Antra). No levantamento da entidade, já são 131 mortes entre
travestis, mulheres transexuais e homens trans no País somente em 2018. “Apenas
20% dos culpados foram presos. Lutamos diariamente para que essas pessoas não
virem estatísticas. A Justiça vai muito além da prisão dos culpados”, afirmou
transexual Geovana.
Marcelo: precisamos de políticas sérias de combate a
LGBTfobia
“É preciso que a sociedade faça uma grande reflexão. Acima
de qualquer coisa, é um atentado a vida de um ser humano. Mas as pessoas
precisam compreender que a LGBTfobia existe. Todo ódio, todo preconceito, estão
mais próximos do que imaginamos. São precisas políticas eficazes no combate a
transfobia, ao preconceito, e da própria aceitação. 90% das pessoas trans estão
na prostituição porque não têm alternativas”, alertou Marcelo Lima,
representante da Adhones/LGBTI e assessor da diretoria de Direitos Humanos da
Semfas.
Após todos os protestos e uma oração, o corpo de Laysa
Fortuna foi enterrado sob aplausos e muita emoção dos presentes.
Por Ícaro Novaes
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br
Publicado originalmente no site da FAN F1, em 20/10/2018
Corpo de Laysa Fortuna é velado na Zona Norte de Aracaju
(SE)
Por Leonardo Barreto
O corpo da transexual, Laysa Fortuna, de 26 anos está sendo
velado na casa da família no bairro Porto Dantas na Zona Norte de Aracaju (SE).
Laysa morava sozinha em uma casa próximo a família e segundo a tia, Roseane
Calixto, ela tinha uma ótima relação com todos os familiares. “Era sempre
alegre, todo mundo gostava muito dela”, contou.
A tia a ainda relatou sobre a relação entre Laysa e sua avó
materna. “Ela amava muito minha mãe. Pouco antes de morrer, ela pediu que eu
cuidasse da avó dela”, lamentou.
O sepultamento do corpo de Laysa está marcado para às 15h no
Cemitério São João Batista em Aracaju (SE).
Laysa morreu no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) na
tarde dessa sexta-feira, 19, depois de ter sido esfaqueada por um homem,
identificado como Alex Silva Cardoso, de 33 anos, no cruzamento das ruas
Itabaiana e Estância, no Centro de Aracaju (SE). O caso foi registrado na noite
da quinta-feira, 18.
O agressor já foi preso.
Texto e imagem reproduzidos do site: fanf1.com.br
Alex Silva foi preso na Praça Fausto Cardoso (Foto: SSP/SE)
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 20 out, 2018
Homem que assassinou transexual é preso na Praça Fausto
Cardoso
O homem acusado assassinar transexual Laysa Fortuna foi
preso na manhã deste sábado, 20, por policiais do Departamento de Atendimento a
Grupos Vulneráveis (DAGV) na Praça Fausto Cardoso. Alex Silva Cardoso, que é
morador de rua, foi encaminhado à 4ª Delegacia Metropolitana.
De acordo com a delegada Meire Mansuet, que responsável
pelas investigações, Alex costuma dormir na calçada de uma agência bancária da
Caixa Econômica, da avenida Barão de Maruim, nas proximidades do local onde
transexuais fazem ponto. As investigações, conforme a delegada, apontaram que
ele costumava circular pela região, praticando crime de ódio e intolerância e
insultando as transexuais.
A delegada Meire Mansuet confirma que as ofensas e discursos
de ódio deram origem ao desentendimento que culminou com a morte de Laysa
Fortuna. “Ele sempre fazia provocações. Até que Laysa Fortuna revidou, eles
entraram em luta corporal e Alex desferiu o golpe faca”, explica.
Alex da Silva Cardoso será indiciado por homicídio. O
inquérito foi concluído e será encaminhado à Justiça nesta segunda-feira, 22. O
acusado ficará detido na 4ª Delegacia Metropolitana, até que a Justiça defina
para qual presídio ele será encaminhado.
Relembre o caso
Laysa Fortuna foi atacada na noite desta quinta-feira, 18,
no Centro de Aracaju, por um homem identificado como Alex Silva Cardoso, que é
morador de rua. O desentendimento começou após o suspeito passar pelo local,
manifestando discurso de ódio contra as transexuais.
Laysa foi encaminhado ao Hospital Nestor Piva e logo depois
para o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), mas não resistiu ao ferimento e
veio a óbito na tarde desta sexta-feira, 19.
O homem foi preso em flagrante, mas o delegado plantonista confeccionou
um Termo de Ocorrência Circunstanciado, considerando o crime como ameaça, com
lesão corporal de natureza leve. Com isso, o suspeito obteve o direito de ser
solto e responder em liberdade.
O caso foi encaminhado ao Departamento de Atendimento a
Grupos Vulneráveis (DAGV) e nesta sexta-feira, 19, a pedido da delegada Meire
Mansuet, o Poder Judiciário expediu o mandado de prisão contra Alex Silva.
por Verlane Estácio
Bianca Medeiros (à esquerda) abraça uma amiga de Laysa Fortuna
Foto: Portal Infonet
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 19 out, 2018
Amigos lamentam morte da transexual Laysa Fortuna
Amigos e familiares se encontraram na frente do Instituto
Médico Legal (IML), no bairro São José, para lamentar a morte da transexual
Laysa Fortuna, enquanto esperavam a liberação do corpo para o velório.
“Estamos aqui para prestar solidariedade”, diz a professora
e a ativista LGBT, Adriana Lohana, que recebeu a notícia da morte de Laysa com
muita tristeza. Para ela, acontecimentos como esse só reforçam a onda violenta
de preconceito que os transexuais sofrem no Brasil.
Para a melhor amiga de Laysa, Bruna Medeiros, será difícil
imaginar viver sem a convivência de Laysa. “Está sendo muito difícil pra mim
saber que a minha amiga foi embora”, conta. Ainda de acordo ela, que estava com
Laysa no momento do crime, a cena que ela presenciou será difícil de esquecer.
“A polícia conseguiu pegar ele [o agressor] enquanto minha amiga chorava no
chão e nos meus braços”, relembra.
O corpo de Laysa será velado na residência da mãe da jovem
no bairro Porto Dantas.
Por João Paulo Schneider e Aisla Vasconcelos
Foto: Rede Social - Reproduzida do site: f5news.com.br
Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 19 out, 2018
Transexual esfaqueada no Centro morre no Huse
Laysa Fortuna sofreu uma parada cardíaca e faleceu no Huse
(Foto: Linda Brasil)
Polícia Civil está em busca de Alex da Silva Cardoso,
acusado de esfaquear Laysa Fortuna (Foto: Grupo Sergipe Notícias)
A transexual Laysa Fortuna, que estava internada no Hospital
de Urgência de Sergipe (HUSE), depois de ter sido esfaqueada por um homem no
Centro de Aracaju, sofreu uma parada cardíaca e faleceu na tarde desta
sexta-feira, 19
A assessoria de comunicação do Huse explicou que Laysa
passou por uma drenagem torácica, mas sofreu uma parada cardíaca. A equipe
médica tentou reanimá-la, mas Laysa não resistiu e veio a óbito. De acordo com
o Huse, o corpo de Laysa será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), que
comprovará a causa da morte.
O homem acusado de esfaquear a transexual foi identificado
como Alex da Silva Cardoso, que é morador de rua. Ele foi preso em flagrante,
mas obteve o direito de responder ao processo judicial em liberdade e foi
solto.
A delegada Meire Mansuet informou que o Poder Judiciário
decretou na tarde desta sexta-feira, 19, a prisão do acusado e que as equipes
da Polícia Civil estão em diligência para localizá-lo.
Laysa Fortuna foi atacada na noite desta quinta-feira, 18, no
Centro de Aracaju. A informação da ativista Linda Brasil é de que há dois dias,
o agressor teria travado uma discussão com várias transexuais, manifestando um
discurso de ódio e citando o nome de Jair Bolsonaro. Linda Brasil relatou que o
homem retornou armado com faca e atacou Laysa Fortuna, que reagiu e foi
atingida no tórax.
O homem foi preso em flagrante, mas o delegado plantonista
confeccionou um Termo de Ocorrência Circunstanciado, considerando o crime como
ameaça, com lesão corporal de natureza leve. Com isso, o suspeito obteve o
direito de ser solto e responder em liberdade.
O caso foi encaminhado ao Departamento de Atendimento a
Grupos Vulneráveis (DAGV) e a delegada Meire Mansuet, entendendo que houve uma
tentativa de homicídio, pediu ao Poder Judiciário que decretasse a prisão do
acusado. A mandado de prisão foi expedido e a Polícia Civil está a procura do
suspeito.
por Verlane Estácio
Texto reproduzido do site: infonet.com.br
Texto e imagem reproduzidos do site: fanf1.com.br
Publicado originalmente no site FAN f1, em 19/10/2018
Instituto de Direito de Família lança nota de apoio à trans
agredida
Por Célia Silva
O Instituto Brasileiro de Direito de Família de Sergipe
(IBDFAM/SE) e a Comissão de Direito Homoafetivo e de Gênero lançaram nota de
apoio à transexual Laysa Fortuna, de 25 anos, que foi esfaqueada na região do
tórax, no Centro de Aracaju (SE) na noite dessa quinta-feira, 18.
A nota emitida diz que a violência transfóbica é um crime de
ódio e que deve ser repudiada.
Leia a nota na íntegra:
“NOTA DE SOLIDARIEDADE
O Instituto Brasileiro de Direito de Família de Sergipe
(IBDFAM/SE) e a Comissão de Direito Homoafetivo e de Gênero manifestam
solidariedade, apoio e assistência à Laysa, mulher trans brutalmente agredida e
mais uma vítima de transfobia na noite de 18 de outubro de 2018. A violência
transfóbica é um crime de ódio contra a humanidade e deve ser repudiada e
responsabilizada como tal.
Acácia Gardênia Santos Lelis
Presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família de
Sergipe
Daniela de Andrade Souza
Presidente da Comissão de Direito Homoafetivo e de Gênero do
IBDFAM/SE”
Texto e imagem reproduzidos do site: fanf1.com.br
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Imagem reproduzida do site: f5news.com.br
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Mulher transexual morre após ser esfaqueada no Centro
Publicado originalmente no site do Jornal do Dia, em
20/10/2018
A cabeleireira transexual Laysa Fortuna, 25 anos, morreu
após ser esfaqueada em um ataque ocorrido às 22h desta quinta-feira, na esquina
entre as ruas Estância e Itabaiana, centro da capital. O crime aconteceu depois
que um homem armado fez uma série de provocações a um grupo de travestis que
faziam ponto no local, ofendendo-as com palavrões e chegando a exibir o órgão
genital para elas. Segundo testemunhas, uma primeira travesti foi atacada pelo
agressor, mas Laysa tentou defende-la e acabou ferida na altura do tórax,
próximo ao pescoço. As outras transexuais cercaram o homem e conseguiram
dominá-lo até a chegada de soldados que estavam de plantão no Quartel do
Comando Geral da Polícia Militar (QCG).
Laysa foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). A
princípio, a informação dos médicos é de que o ferimento, apesar de profundo,
não teria causado danos graves e poderia ser revertido com um procedimento que
estabilizou o quadro de saúde da vítima. No entanto, o estado de saúde se
agravou ao longo do dia de ontem e um dreno precisou ser implantado para tentar
conter o sangramento pulmonar da paciente. Em meio a um procedimento de
emergência, a transexual não resistiu e teve sua morte confirmada às 15h30.
O desdobramento mudou a forma como o crime está sendo
investigado pela polícia. O ataque à Laysa foi levado à Delegacia Plantonista
Sul e registrado inicialmente como "ameaça seguida de lesão corporal
leve", crime no qual o autor do ataque, Alex da Silva Cardoso, foi autuado
e liberado na manhã de ontem, após assinar um termo circunstanciado. "Na
Delegacia, a guarnição e testemunhas foram ouvidas, bem como mantido contato
com o Huse, que informou que o estado de saúde da vítima era estável e havia
sido realizado um procedimento de assistência local, sem intercorrência. Em
virtude do que foi levantado, (...) foi confeccionado um Termo de Ocorrência
Circunstanciado e o acusado responderá em liberdade, como prevê a lei",
justificou a Secretaria da Segurança Pública (SSP), em nota divulgada durante a
manhã de ontem.
Com a confirmação da morte de Laysa, a Polícia Civil
reavaliou o caso, cujo procedimento já tinha sido remetido ao Departamento de
Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). A delegada Meire Mansuet, responsável
pela unidade que apura crimes relacionados à homofobia, ouviu novas testemunhas
e indiciou Alex Cardoso pelo crime de homicídio doloso qualificado e pediu a
prisão preventiva dele. A ordem foi concedida pela Justiça e, até o fechamento
desta edição, duas equipes de captura do DAGV e do Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP) faziam buscas para prendê-lo, junto com equipes de
unidades da Polícia Militar.
No começo da noite, Mansuet confirmou ao JORNAL DO DIA que o
crime foi motivado por transfobia, que é a discriminação contra travestis e
transexuais, e que o acusado já tinha uma conduta agressiva em relação à
presença das vítimas na região onde ele vive como guardador de carros. "As
testemunhas relataram que, já há alguns dias atrás, o autor já provocava tanto
a vítima como outras meninas trans que ficam ali pelo Centro. Ele sempre
perseguia, importunava e, por ser provavelmente portador de algum distúrbio, ou
usuário de drogas, ele tinha essa conduta ofensiva. A motivação foi mesmo a
homofobia, a discriminação, a intolerância. Foi um crime lastimável",
disse a delegada.
O crime causou revolta entre familiares, amigas e ativistas
que apoiam a causa dos direitos dos homossexuais. Eles lamentaram a liberação
do autor do crime e criticaram a onda de discriminação e violência contra a
população LGBT. O protesto também se estendeu às redes sociais, onde foi
divulgada uma das últimas gravações em vídeo feitas por Laysa. Nela, a
transexual rebatia um comentário que criticava a afirmação de que "ser gay
é uma doença". "Eu acho que doentes são as pessoas que usam o
preconceito como arma para se defender. São pessoas que não têm coragem de
expor o que realmente são ou querem para suas vidas. E a arma que eles usam é
atacando as pessoas que dão a cara a tapa, que têm coragem de perder o amor de
pais, mães, irmãos e amigos. Doentes são os homofóbicos", desabafou Laysa,
na gravação.
O corpo da vítima foi liberado ontem à noite pelo Instituto
Médico-Legal (IML) e está sendo velado na casa da família, no bairro Porto Dantas
(zona norte).
Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br
Publicado originalmente no site FAN F1, em 19/10/2018
Trans é esfaqueada no Centro de Aracaju (SE)
Por Redação FAN F1
Uma transexual identificada como Laysa Fortuna, de 25 anos
foi esfaqueada na região do tórax. O caso foi registrado no Centro de Aracaju
(SE) na noite dessa quinta-feira, 18, e segundo uma amiga da vítima, o ato
teria sido praticado por um apoiador do candidato à Presidência da República,
Jair Bolsonaro (PSL). O homem foi preso e encaminhado à 4ª Delegacia
Metropolitana, no Conjunto Augusto Franco, zona Sul da capital.
A ativista Linda Brasil socorreu a vítima e disse que o
agressor costuma ameaçar outras trans, que trabalham no centro da capital
sergipana. Ela teme que ele possa ser solto hoje e voltar a cometer outros crimes. “Estou em pânico
porque fui informada, pelo delegado que o caso foi classificado como lesão
corporal e que o agressor deve ser liberado hoje. Como uma pessoa que estava
rodando no Centro à noite toda com uma faca na mão dizendo que se Bolsonaro
ganhar todas nós seremos mortas, pode ser solto assim?”, questionou Linda
Brasil que atua em defesa da comunidade LGBTQ+.
Para ela, o caso deve ser classificado como tentativa de
homicídio. “Ele não pode ser solto e ficar impune. Eu quero justiça”, apelou.
A vítima foi encaminhada ao Hospital Municipal Nestor Piva e
transferida para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). A perfuração
provocou uma hemorragia e o acúmulo de sangue nos pulmões. De acordo com a
assessoria de comunicação do hospital, Laysa está com um dreno para tentar
eliminar o sangue da região pulmonar e o seu quadro de saúde é estável.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe
(SSP-SE) está em contato com o delegado responsável pelo caso e deve emitir um
posicionamento ainda hoje pela manhã.
Texto e imagem reproduzidos do site: fanf1.com.br
LAYSA – MAIS UMA TRANS MORTA PELA TRANSFOBIA EM ARACAJU
ResponderExcluirHoje, sexta-feira, 19/10/2018, pela manhã, uma força tarefa de defensores de Direitos Humanos e militantes atuaram em defesa da trabalhadora transexual Laysa, de 25 anos, que foi covarde e violentamente assassinada por Alex da Silva Cardoso na noite de ontem. Laysa faleceu no turno da tarde dessa sexta-feira, em decorrência de seus ferimentos.
Laysa foi esfaqueada na noite da quinta-feira, 18/10/2018, por volta das 20:40, nas imediações da Rua Estância, bairro Centro, na capital Sergipana. Seu agressor, Alex da Silva Cardoso, atingiu a vítima na caixa torácica com uma faca de serra. Momentos antes, conforme relato de testemunhas que estavam no local, o agressor avisou a todas as travestis que “Olhe, eu vou tirar onda viu, quando Bolsonaro ganhar, vocês se preparem porque vou andar armado e todas vão morrer” enquanto acenava com a faca de cozinha tipo serra.
Após a tentativa de homicídio, Laysa foi imediatamente socorrida pelo SAMU e encaminhada ao Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), enquanto o agressor era detido pela Policia Militar e levado à Delegacia Plantonista Sul.
O delegado plantonista entendeu que a agressão não teve gravidade suficiente para justificar a prisão, registrando na como LESÃO CORPORAL LEVE, ou seja, ferimento de menor gravidade, e que sequer interferiria na vida cotidiana da vítima. Assim, o assassino foi liberado após sua oitiva.
Por pressão e insistência da militante Transfeminista Linda Brasil, que estava no local, foram ouvidas as testemunhas que relataram o ocorrido do fato, e que o agressor tinha SIM a intenção de matar as trabalhadoras travestis, como matou Laysa.
A todo instante, Jornalistas Sem Medo acompanharam o desenrolar do caso, denunciando às mídias o ocorrido.
O Termo Circunstanciado e não inquérito, pasmem, haja vista que se tratava de uma “lesão corporal leve”, foi encaminhado para a DAGV onde a Delegada responsável colheu o depoimento de Linda Brasil, que estava acompanhada da Comissão de Direitos Humanos da OAB nas pessoas dos advogados Geraldo Nunes e Wesley Soares, assim como pelo advogado Jan Havlik, integrante do coletivo Sem Medo Sergipe e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.
Simultaneamente, a advogada Dalvacir Azevedo do coletivo Sem Medo Sergipe e da ABJD e o advogado Rodrigo Longo, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, estavam na Corregedoria da Policia Civil, juntamente com as testemunhas, mulheres Trans, para denunciar o tratamento transfóbico por elas sofrido quando do depoimento policial, além da grave anomalia que acometeu o procedimento investigativo. Uma então tentativa de homicídio, agora homicídio consumado, fora tipificado como lesão corporal leve e o agressor foi solto imediatamente.
O Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de Transexuais e Sergipe não faz senão reproduzir essa rotina de exclusão e violência.
A vida de Laysa não foi ceifada, foi exterminada. Mais um crime de ódio. Até quando a população trans terá que sofrer esse extermínio?
A sombra do fascismo se agiganta no Brasil e em Sergipe, crimes como esses se alastram pelo país, o próprio agressor escuda sua violência no discurso de ódio disseminado por Bolsonaro. Esse assassinato bárbaro bateu a porta, veio cair nos nossos pés. O que vamos fazer? O que as circunstâncias pedem de nós?
Por ora, apenas chorar, ir ao velório e sepultamento de Laysa, e não arredar o pé da luta, da militância dos Direitos Humanos e em defesa da vida de todas as minorias.
Texto reproduzido do site: esquerdaonline.com.br
Publicado originalmente no site FAN F1, em 22 de outubro de 2018
ResponderExcluirPara família, Laysa Fortuna foi vítima de negligência médica
Por Redação FAN F1
Dor e revolta marcaram o último adeus à Laysa Fortuna. O corpo da jovem foi sepultado no final da tarde desse sábado, 20, no Cemitério São João Batista, em Aracaju (SE). Ela morreu depois de ter sido esfaqueada por um morador de rua, na esquina onde trabalhava no Centro da capital.
O caso foi registrado na noite da quinta-feira, 18. Laysa chegou a ser socorrida, mas morreu no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), na tarde da sexta-feira, 20. Para Família e amigos que acompanharam o caso, a transexual morreu por negligência médica.
“Fizeram pouco caso da minha amiga. O tempo todo ela reclamava de dores horríveis e eles achavam que o ferimento era pequeno. Quiseram até aplicar glicose nela, achando que ela estava bêbada. Se tivessem dado o tratamento correto, Laysa estaria viva”, afirmou Bruna Bianque, que estava com Laysa no momento do agressão e a acompanhou no Hospital.
A tia de Laysa, Roseane Calixto, disse que a todo momento a sobrinha foi vítima do descaso. ” Ela me dizia que estava sentido muito dor, e que iria morrer, mas não deram importância. Tanto é que ela morreu”, lamentou.
A assessoria de comunicação do Huse informou que o prontuário médico de Laysa será recolhido para análise.
Texto reproduzido do site: fanf1.com.br
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 23/10/2018
ResponderExcluirJá são cinco trans assassinadas só este ano
Segundo a presidente da Rede, Tathiane Araújo, em 2017 duas mulheres trans foram assassinadas no Estado, enquanto este ano, de janeiro a outubro, o número já subiu para cinco mortes.
A morte da transexual Laysa Fortuna, na última sexta-feira, 19, após ser esfaqueada no Centro de Aracaju, chocou a população sergipana. Laysa foi golpeada na região do tórax na noite de quinta-feira, 18, e por volta das 15h30 de sexta faleceu no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Muitas pessoas manifestaram indignação pelo caso nas redes sociais, principalmente por ter sido divulgado que a morte da trans teria sido provocada por um apoiador do candidato à Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). No entanto, o caso de Laysa não se trata de algo isolado. Dados mostram que a violência contra mulheres trans é recorrente no país. Somente em Sergipe, cinco foram vítimas fatais este ano.
O dado é da Rede Nacional dos Transexuais, que apura as mortes e violência contra a população LGBTI+ em todo o Brasil. Segundo a presidente da Rede, Tathiane Araújo, que também preside a Associação dos Travestis e Transexuais de Sergipe (Astra), em 2017 duas mulheres trans foram assassinadas no Estado, enquanto este ano, de janeiro a outubro, o número já subiu para cinco mortes.
Tathiane relata ainda um caso bárbaro ocorrido no Município de Lagarto, onde uma travesti foi agredida a ponto de perder os dentes. “Isso aconteceu um dia após a parada LGBTI em Lagarto. É muita intolerância”, conta a presidente.
Segundo Tathiane, alguns dias antes de morrer Laysa pediu que o nome dela fosse trocado, para que então pudesse conseguir um emprego formal no mercado. “Ela disse que não conseguia emprego porque tinha que mostrar o documento com o nome de registro. Imagine quantas “Laysas” tentou emprego e teve que parar numa esquina, num lugar onde não se dá condição nenhuma da pessoa nem transitar, imagine ter que vender seu corpo para sobreviver. Porque é essa a grande realidade”, lamentou a presidente.
Uma pesquisa divulgada pela ONG Internacional Pacto do Brasil revelou que em quase 90% das regiões do país o principal exercício de sobrevivência da população trans é a prostituição. “Não é porque elas querem apenas isso. Apesar de não se tratar de um crime e ser uma das profissões mais antigas do mundo, não é justo que uma população só tenha isso como alternativa de sobrevivência na sociedade”, disse.
Tathiane informou que esteve em reunião com o secretário da Segurança do Estado, João Eloy, na manhã de ontem, 22, e durante a conversa disse que a morte das mulheres trans se trata de uma questão social.
“Enquanto eles não promoverem educação, essa população continuará sendo agredida e morta. Porque ela entra na escola, é discriminada e por isso abandona. Quando ela abandona a escola ela entra automaticamente para a desigualdade no mercado de trabalho. Portanto, a questão é um mal social da falta das políticas públicas, que quando não culminam na morte física, sofrem diversos tipos de agressão”, reforça a presidente.
Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net
Publicado originalmente no site FAN F1, em 24/10/2018
ResponderExcluirOPINIÃO: Tempos sombrios
Por: Ana Rita Menezes da Silva de Pineyro, psiquiatra, membro do Núcleo Psicanalítico de Aracaju e psicanalista em formação pela Sociedade Psicanalítica do Recife/IPA.
“Joga pedra na Geni!
Joga bosta na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!”
Conheci Laysa em um salão de beleza. Ela fazia parte da equipe de apoio e enquanto eu cuidava das unhas, “desfilava” pelo salão, linda, de cara lavada. Muito simpática, educada, era uma lutadora incansável contra o preconceito e a intolerância.
Reencontrei Laysa no dia 19 de outubro. Sua foto estampava as páginas das mídias digitais e impressas.
Esfaqueada na noite de 18 de outubro, no centro de Aracaju, seu agressor, um morador de rua, foi preso em flagrante e liberado após ser lavrado um Termo Circunstanciado. Era “apenas” lesão corporal leve.
Mas, a lesão corporal, inicialmente leve, foi agravada pelo descaso, pelo preconceito, pela intolerância, pelo ódio e Laysa morreu no dia 19 de outubro às 15h30.
Laysa Fortuna, 25 anos, era transexual. Era gente, como a gente e lutava de forma incansável contra o preconceito e a intolerância.
Seu agressor era conhecido por onde circulava, por fazer ameaças constantes a Laysa e suas amigas, porém, seu discurso de ódio e suas ameaças, se tornaram mais frequentes e ameaçadoras nos últimos tempos. Repetia, qual um robô teleguiado, o discurso de ódio e intolerância que tomou conta da sociedade.
Tenho escutado com bastante frequência: – também esfaquearam meu candidato – como se uma ação justificasse a outra.
Até quando vamos justificar o injustificável? Até quando vamos relativizar e banalizar essa crescente onda de violência e ataques?
Até quando vamos aplaudir discursos que fazem apologia à violência?
Observo com grande preocupação e assombro pessoas que, impulsionadas por um discurso racista e preconceituoso, caminham levantando a bandeira “da moral e da família, “em busca de inimigos a combater … e a abater”.
Negros, transexuais, comunistas, nordestinos …
A intolerância cobra vítimas. E o preconceito esteriliza o pensar.
Me assusta estar vivendo numa sociedade cega e pobre. Pobre de empatia Cega pelo preconceito, pela dificuldade em viver e conviver com as diferenças.
“Uma cegueira branca, como um mar de leite, alastra-se rapidamente em forma de epidemia. Privados da “visão “características primitivas do ser humano vem à tona e a barbárie se instala”.
Descrição do momento que vivemos? Não, apenas parte do resumo de uma obra de Saramago.
Qualquer semelhança, NÃO é mera coincidência.
LAYSA PRESENTE - MOA PRESENTE - MARIELLE PRESENTE.
Texto reproduzido do site: fanf1.com.br