segunda-feira, 15 de abril de 2019

CASO CLAUTENES 13 > Vítimas e não “supostas"...


Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 10 de abril de 2019 

Caso Clautênis: vítimas e não “supostas”...

Blog Cláudio Nunes (Infonet)


“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.

O assassinato (até agora foi isso que aconteceu) de Clautênis José dos Santos, de 37 anos, revela para a sociedade e a imprensa como são abordagens onde pessoas são mortas em supostas trocas de tiros que a polícia divulga quase que diariamente.

O último caso mais escabroso de ‘troca de tiros’ a polícia matou seis pessoas no município de Lagarto. Depois teve mais um caso, e na segunda-feira passada, também seria, caso não ficassem testemunhas vivas para contar a história.

A abordagem ao carro onde as vítimas estavam, sim, não supostas vítimas como trata a cúpula da SSP, porque havia um amigo de Clautênis, ferido, e o motorista do veículo, que presta serviço como transporte por aplicativo também ferido, parece uma rotina que a polícia sergipana vem adotando.

Uma tragédia para a família das vítimas as supostas vítimas como a SSP trata. Os policiais continuam por aí à solta podendo fazer outras operações. Deus nos livre deles. O mínimo que a SSP deveria fazer era o afastamento dos três policiais, isso preservava até estes policiais, na atividade podem intimidar testemunhas.

Não se sabe se a polícia tem alguma “carta na manga” para fazer os ocupantes do carro suspeitos de alguma coisa. Faltou a SSP um pedido e desculpas e não uma posição arrogante, a exemplo do Exército no Rio de Janeiro no primeiro momento onde tratava uma família onde um chefe foi morto na frente do filho e da esposa e por pouco não ocorreu algo pior onde 80 tiros foram disparados contra o carro, e o Exército somente depois afastou dez dos militares envolvidos. O MPE/SE já pediu apuração da conduta dos policiais.

Outra curiosidade é saber como os hospitais da rede pública aceitam sem questionar receber corpos destas trocas de tiros que a polícia chega lá e joga no necrotério. Procedimento padrão da polícia, mata em ‘troca de tiros’ leva o corpo para o hospital, joga lá, e nem perícia é feita onde supostamente houve a troca de tiros, será que há exames de prova de pólvora nas mãos destes mortos? Um picolé de graviola se tiver algum.

Enquanto cidadão, estamos todos assustados, porque tem policial que vai ganhar em breve uma estátua por bravura de tanto matar ‘bandidos’ em ‘troca de tiros’. Vamos rezar porque pode vir de qualquer lugar, em qualquer bairro, em qualquer município uma saraivada de balas e depois ser tratado como suposta vítima pela SSP.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

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