Foto: Divulgação
Texto publicado originalmente no site SE NOTÍCIAS, em 12 de novembro de 2019
Acusado de matar transexual é condenado a 12 anos de prisão
Por Cassia Santana
Acusado pelo assassinato da transexual Laysa Fortuna, crime
que ocorreu em outubro do ano passado em Aracaju, Alex da Silva Cardoso foi
condenado a 12 anos de prisão em júri popular ocorrido na manhã desta
terça-feira, 12, no Fórum Gumersindo Bessa, na capital sergipana. A vítima foi
atingida por golpes de arma branca na noite do dia 18 de outubro do ano passado
no centro de Aracaju e nesta terça-feira, o réu foi submetido a júri popular.O
juiz Alício de Oliveira Rocha Júnior, presidente do 1° Tribunal do Júri,
publicou a sentença ao meio-dia, após o corpo de jurados opinar pela condenação
do acusado. O advogado Ermelino Costa Cerqueira, que atuou na defesa do réu,
não concorda com o resultado do julgamento e já ingressou com apelação criminal
no juízo da 5° Vara Criminal, por onde tramitou a ação penal.
Na sentença, o juiz Alício Júnior não concedeu ao réu o
direito de aguardar a apelação criminal em liberdade, entendendo que o crime
foi praticado com violência e grave ameaça. O réu foi preso dois dias após o
crime, no dia 20 de outubro, mediante mandado de prisão preventiva expedido
pela justiça por solicitação do Departamento de Atendimento a Grupos
Vulneráveis da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). O juiz entendeu
que o fato do réu ter ficado preso por um período de um ano e 23 dias não seria
suficiente para o réu abandonar o regime fechado e o manteve preso.
ExpectativaO julgamento começou com a composição do corpo de
jurados. A presidente da Associação Unidas de Luta pela Cidadania, Jéssica Taylor,
foi a primeira testemunha a ser ouvida durante a sessão do júri, que ocorreu no
auditório da 6ª Vara Criminal no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. “A torcida
de todas as trans [transexuais] é que ele seja condenado”, disse, logo após o
depoimento. “Esse caso não pode ficar impune, que sirva de exemplo. É um
momento para que a sociedade reflita e que justiça seja feita. Ninguém pode
tirar a vida de uma pessoa só porque ela é transexual”, comentou, após o
depoimento.
No depoimento, Jéssica Taylou informou que, antes do crime,
ela própria teria sido abordada por Alex Cardoso, que costumava ficar na praça
e ‘perturbar’ as transexuais, ameaçando-as de morte, inclusive. Além de
xingá-las, conforme Jéssica Taylor, o acusado também jogava pedras nas transexuais,
profissionais do sexo, que costumam rondar o centro da cidade à noite em busca
de clientes.
Jéssica Taylor informou que na noite do crime estava
distribuindo preservativos no centro comercial, um trabalho rotineiro do grupo
da Associação Unidas, e que Alex Cardoso chegou a abordá-la, exibindo uma faca.
“Fiquei muito assustada, minha sorte é que apareceu um homem, que foi meu anjo
da guarda, e disse: ‘o que você quer com ela, rapaz?’ e ele então saiu”, contou
a ativista.
No depoimento, ela ressaltou que momentos depois dessa
abordagem foi informada sobre o crime através de um homem, que teria se
aproximado dela, em um veículo, determinando que ela entrasse no carro porque
tinha acontecido algo ruim como uma das colegas dela, em local bem próximo onde
Jéssica se encontrava distribuindo preservativos. “Entrei no carro e lá [na
rua] já me deparei com ela desesperada, ferida”, contou.
Naquela noite, Alex Cardoso chegou a ser localizado e
conduzido a uma Delegacia de Polícia Civil, mas foi liberado. Posteriormente, o
caso começou a ser investigado pelo DAGV e o acusado acabou preso por
determinação judicial.
Texto reproduzido do site: senoticias.com.br
Publicado originalmente no site A8 SERGIPE, em 22 de outubro de 2018
Família da trans Laysa denuncia negligência no atendimento do Huse
*********************************************************************************
Publicado originalmente no site A8 SERGIPE, em 22 de outubro de 2018
Família da trans Laysa denuncia negligência no atendimento do Huse
Redação Portal A8
A equipe do Balanço Geral Manhã acompanhou toda revolta e dor de familiares e amigos da Trans Laysa
Fortuna, assassinada na última sexta-feira, 19. Durante velório, a mãe de
Laysa, Rosângela dos Santos, clamou que a violência contra trans termine.
"Eu queria que acabasse com essa violência, que as pessoas aceitassem da
maneira que eles são, não só o meu, mas os outros também. São seres humanos e
filhos de Deus da mesma forma, essa violência contra eles precisa acabar",
disse.
Dona Rosângela denunciou ainda uma suposta negligência
médica durante o atendimento no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
"Deixaram meu filho se acabar em cima de uma cama, ele morreu nos braços
da minha irmã, agonizando e o hospital não fez nada. Meu filho deu entrada às
23h e morreu por volta das 14h30min do outro dia, por falta de atendimento
médico", contou.
Segundo a amiga Bruna Bianque , que estava com Laysa no momento do crime, houve
negligência no hospital." Eu presenciei tudo, do momento que ele deu a
facada até a hora do hospital. Houve negligência por parte do Huse, eles não
quiseram acreditar que minha amiga estava morrendo, ela dizia para mim que
estava morrendo, mas eles pensavam que por causa do ferimento pequeno ela
estava bêbada, quiseram dar glicose, mas ela não tinha ingerido uma gota de
álcool. Laysa foi morrendo aos poucos,
por causa que os médicos não fizeram cirurgia, se tivesse operado logo, ela
estaria viva, mas não fizeram nada. Naquele lugar somos tratados como lixo'', lamentou.
A assessoria do Huse foi procurada pela produção do Balanço
Geral Manhã e ficou de enviar uma nota a respeito da denúncia.
Relembre o caso
Na noite de quinta-feira (18), a transexual Laysa Fortuna,
de 25 anos, foi agredida e atingida com uma facada no tórax. O crime aconteceu
no centro de Aracaju, por volta das 22h, segundo a amiga e presidente da
Associação das Travestis Unidas na Luta pela Cidadania, Jéssica Tylor, elas
estavam no centro da cidade quando o agressor teria passado fazendo ameaças,
com conotação política, e em seguida acertou a faca no peito de Laysa.
O caso foi registrado na delegacia do conjunto Augusto
Franco, ainda durante a noite, e o agressor foi preso, mas liberado em seguida,
por que, segundo a presidente da associação, o delegado constou lesão corporal
leve.
Após a morte de Laysa o suspeito foi preso novamente
O homem acusado de matar a trans Laysa Fortuna foi preso na
manhã do último sábado (20), ele foi identificado como, de 33 anos, como Alex
Cardoso da Silva, natural de Alagoas. Segundo a delegada responsável pelo caso
Meire Mansuet, informou ao portal A8SE que ele foi preso pela polícia militar
na praça Fausto Cardoso, no centro de Aracaju.
O suspeito é morador de rua e trabalhava como flanelinha do
centro da capital. O mandado de prisão foi solicitado pela delegada responsável
pelo inquérito e expedido pela justiça, por volta das 15h desta sexta-feira
(19). Ele foi encaminhado para a 4ª Delegacia Metropolitana e será encaminhado
para o sistema prisional de Sergipe.
Fonte: Redação Portal A8
Texto e imagem reproduzidos do site: a8se.com/sergipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário