quarta-feira, 13 de novembro de 2019

CASO DA TRANS LAYSA > Acusado é condenado a 12 anos de prisão


Laysa Fortuna foi esfaqueada no peito, sofreu parada cardíaca e faleceu no Huse
Foto: Divulgação

Texto publicado originalmente no site SE NOTÍCIAS, em 12 de novembro de 2019

Acusado de matar transexual é condenado a 12 anos de prisão

Por Cassia Santana

Acusado pelo assassinato da transexual Laysa Fortuna, crime que ocorreu em outubro do ano passado em Aracaju, Alex da Silva Cardoso foi condenado a 12 anos de prisão em júri popular ocorrido na manhã desta terça-feira, 12, no Fórum Gumersindo Bessa, na capital sergipana. A vítima foi atingida por golpes de arma branca na noite do dia 18 de outubro do ano passado no centro de Aracaju e nesta terça-feira, o réu foi submetido a júri popular.O juiz Alício de Oliveira Rocha Júnior, presidente do 1° Tribunal do Júri, publicou a sentença ao meio-dia, após o corpo de jurados opinar pela condenação do acusado. O advogado Ermelino Costa Cerqueira, que atuou na defesa do réu, não concorda com o resultado do julgamento e já ingressou com apelação criminal no juízo da 5° Vara Criminal, por onde tramitou a ação penal.

Na sentença, o juiz Alício Júnior não concedeu ao réu o direito de aguardar a apelação criminal em liberdade, entendendo que o crime foi praticado com violência e grave ameaça. O réu foi preso dois dias após o crime, no dia 20 de outubro, mediante mandado de prisão preventiva expedido pela justiça por solicitação do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). O juiz entendeu que o fato do réu ter ficado preso por um período de um ano e 23 dias não seria suficiente para o réu abandonar o regime fechado e o manteve preso.

ExpectativaO julgamento começou com a composição do corpo de jurados. A presidente da Associação Unidas de Luta pela Cidadania, Jéssica Taylor, foi a primeira testemunha a ser ouvida durante a sessão do júri, que ocorreu no auditório da 6ª Vara Criminal no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. “A torcida de todas as trans [transexuais] é que ele seja condenado”, disse, logo após o depoimento. “Esse caso não pode ficar impune, que sirva de exemplo. É um momento para que a sociedade reflita e que justiça seja feita. Ninguém pode tirar a vida de uma pessoa só porque ela é transexual”, comentou, após o depoimento.

No depoimento, Jéssica Taylou informou que, antes do crime, ela própria teria sido abordada por Alex Cardoso, que costumava ficar na praça e ‘perturbar’ as transexuais, ameaçando-as de morte, inclusive. Além de xingá-las, conforme Jéssica Taylor, o acusado também jogava pedras nas transexuais, profissionais do sexo, que costumam rondar o centro da cidade à noite em busca de clientes.

Jéssica Taylor informou que na noite do crime estava distribuindo preservativos no centro comercial, um trabalho rotineiro do grupo da Associação Unidas, e que Alex Cardoso chegou a abordá-la, exibindo uma faca. “Fiquei muito assustada, minha sorte é que apareceu um homem, que foi meu anjo da guarda, e disse: ‘o que você quer com ela, rapaz?’ e ele então saiu”, contou a ativista.

No depoimento, ela ressaltou que momentos depois dessa abordagem foi informada sobre o crime através de um homem, que teria se aproximado dela, em um veículo, determinando que ela entrasse no carro porque tinha acontecido algo ruim como uma das colegas dela, em local bem próximo onde Jéssica se encontrava distribuindo preservativos. “Entrei no carro e lá [na rua] já me deparei com ela desesperada, ferida”, contou.

Naquela noite, Alex Cardoso chegou a ser localizado e conduzido a uma Delegacia de Polícia Civil, mas foi liberado. Posteriormente, o caso começou a ser investigado pelo DAGV e o acusado acabou preso por determinação judicial.

Texto reproduzido do site: senoticias.com.br


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Publicado originalmente no site A8 SERGIPE, em 22 de outubro de 2018 

Família da trans Laysa denuncia negligência no atendimento do Huse

Redação Portal A8

A equipe do Balanço Geral Manhã acompanhou toda revolta  e dor de familiares e amigos da Trans Laysa Fortuna, assassinada na última sexta-feira, 19. Durante velório, a mãe de Laysa, Rosângela dos Santos, clamou que a violência contra trans termine. "Eu queria que acabasse com essa violência, que as pessoas aceitassem da maneira que eles são, não só o meu, mas os outros também. São seres humanos e filhos de Deus da mesma forma, essa violência contra eles precisa acabar", disse.

Dona Rosângela denunciou ainda uma suposta negligência médica durante o atendimento no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). "Deixaram meu filho se acabar em cima de uma cama, ele morreu nos braços da minha irmã, agonizando e o hospital não fez nada. Meu filho deu entrada às 23h e morreu  por volta das 14h30min  do outro dia, por falta de atendimento médico", contou.

Segundo a amiga Bruna Bianque , que estava  com Laysa no momento do crime, houve negligência no hospital." Eu presenciei tudo, do momento que ele deu a facada até a hora do hospital. Houve negligência por parte do Huse, eles não quiseram acreditar que minha amiga estava morrendo, ela dizia para mim que estava morrendo, mas eles pensavam que por causa do ferimento pequeno ela estava bêbada, quiseram dar glicose, mas ela não tinha ingerido uma gota de álcool.  Laysa foi morrendo aos poucos, por causa que os médicos não fizeram cirurgia, se tivesse operado logo, ela estaria viva, mas não fizeram nada. Naquele lugar somos tratados como lixo'', lamentou.

A assessoria do Huse foi procurada pela produção do Balanço Geral Manhã e ficou de enviar uma nota a respeito da denúncia.

Relembre o caso

Na noite de quinta-feira (18), a transexual Laysa Fortuna, de 25 anos, foi agredida e atingida com uma facada no tórax. O crime aconteceu no centro de Aracaju, por volta das 22h, segundo a amiga e presidente da Associação das Travestis Unidas na Luta pela Cidadania, Jéssica Tylor, elas estavam no centro da cidade quando o agressor teria passado fazendo ameaças, com conotação política, e em seguida acertou a faca no peito de Laysa.

O caso foi registrado na delegacia do conjunto Augusto Franco, ainda durante a noite, e o agressor foi preso, mas liberado em seguida, por que, segundo a presidente da associação, o delegado constou lesão corporal leve.

Após a morte de Laysa o suspeito foi preso novamente

O homem acusado de matar a trans Laysa Fortuna foi preso na manhã do último sábado (20), ele foi identificado como, de 33 anos, como Alex Cardoso da Silva, natural de Alagoas. Segundo a delegada responsável pelo caso Meire Mansuet, informou ao portal A8SE que ele foi preso pela polícia militar na praça Fausto Cardoso, no centro de Aracaju.

O suspeito é morador de rua e trabalhava como flanelinha do centro da capital. O mandado de prisão foi solicitado pela delegada responsável pelo inquérito e expedido pela justiça, por volta das 15h desta sexta-feira (19). Ele foi encaminhado para a 4ª Delegacia Metropolitana e será encaminhado para o sistema prisional de Sergipe.

Fonte: Redação Portal A8

Texto e imagem reproduzidos do site: a8se.com/sergipe

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