Publicado originalmente no site O TEMPO, em 20 de abril de 2022
Criança é incendiada e morre em ritual para evocar espíritos malignos em Minas
Maria Fernanda Camargo tinha 5 anos de idade e teve ervas jogadas em seu corpo com água e depois foi colocado fogo. Ela queimou até morrer
Por Natália Oliveira
Uma criança de 5 anos foi queimada viva em um ritual de "evocação e incorporação de espíritos malignos" ocorrido em Frutal, no Triângulo Mineiro. Cinco pessoas, sendo os avós, a tia, a mãe da menina e um suposto líder espiritual, foram presos nesta quarta-feira (20) por causa do crime.
De acordo com a Polícia Civil, Maria Fernanda Camargo foi assassinada no último dia 24 de março, quando houve a suspeita de acidente doméstico, envolvendo uma churrasqueira da casa dos avós. No entanto, as investigações apontam que a vítima foi queimada viva. Ela foi levada para a um ritual de evocação e incorporação de espíritos malignos.
"O fato foi noticiado como acidente doméstico, mas após isso recebemos informações que não era acidente doméstico. A intenção das lesões, as circunstâncias e até as versões divergentes que foram sendo apresentadas durante as investigações revelaram que tinha algo oculto", informou o delegado Murilo Antonini em entrevista para a rádio 97, da cidade de Frutal.
Durante a seita, foram jogadas ervas e álcool no corpo da criança. Depois, o líder espiritual ateou fogo no corpo dela com o uso de uma vela. A menina teve quase 100% do corpo queimado. Os avós da criança, uma tia e a mãe dela estavam no ritual quando ocorreu o crime. Os familiares ficaram com queimaduras por tentarem apagar o fogo do corpo de Maria Fernanda.
"Foram ouvidas várias testemunhas, os médicos que atenderam a menina e a perícia mostraram que não se tratava de acidente doméstico, mas sim homicídio envolvendo familiares e tudo indica que foi praticado durante ritual de evocação e incorporação de espírito", complementou o delegado.
Os familiares da garota e o líder espiritual foram presos na operação "Incorporação da Verdade", deflagrada pela Polícia Civil. Eles foram submetidos a exames de corpo e delito e ainda serão ouvidos. As investigações ainda estão em andamento. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, além das prisões.
O delegado afirmou que as prisões valem por 30 dias. Ele disse ainda que ainda falta entender a dinâmica do homicídio e também as motivações para a morte. Na internet circulam informações que a criança estava doente e que o falso líder espiritual teria prometido uma cura durante o ritual, mas essa informação não foi confirmada pela Polícia Civil ainda.
Na época da morte, a menina foi socorrida ao hospital Frei Gabriel em Frutal, mas foi transferida para um hospital em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, onde morreu.
Texto e imagem reproduzidos do site: otempo.com.br
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