segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

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Publicado originalmente no site FAN F1, de 13 de janeiro de 2024

Filho de quatro patas: especialistas explicam relação de afeto com os pets

Da Redação

 O Brasil tem mais de 149,6 milhões de animais de estimação, segundo último levantamento do Censo Pet do Instituto Pet Brasil (IPB) divulgado em 2022. Os pets e os seus dono estabelecem uma conexão de afeto quase como de pais e filhos, contudo é importante ter cautela com tratamentos excessivamente humanizados.

Nosso relacionamento com os animais tem início na pré-história, como um ato de troca de favores, seja na hora de caçar, pastorear ou para proteção. Com o avanço tecnológico os cães e gatos, por exemplo, passaram a ser mais domésticos e muitas vezes considerados parte da família, como explica Caio Martins, comportamentalista canino e adestrador. 

“A relação do homem com os lobos ou cachorros selvagens criou um vínculo de proteção, cuidado e alimentação, e esse vínculo foi se prolongando até que eles se tornassem os cães que temos hoje em dia”, diz. 

O ditado que diz “O cachorro é o melhor amigo do homem” não é à toa, especialmente para quem precisa de uma companhia de quatro patas. Segundo a médica veterinária, Paola Feitosa, o que temos atualmente é uma relação muito mais íntima com os animais. 

“É uma doação, uma doação de afeto. Hoje em dia a gente vive muito isolado também, então tem essa troca de afeto e também tem quem acredita nessa parte mais energética e espiritual”, afirma. 

Para a estudante de Direito, Katharina Ribeiro, de 20 anos, o seu cachorro, chamado por todos de Fofinho, é mais que um membro da família.  “É como se ele fosse um braço meu. Em todo o canto que eu vou, no banheiro ou na sala, ele sempre fica coladinho em mim. Às vezes quando estou fazendo uma atividade, é eu aqui digitando no notebook e ele aqui deitado no meu braço”, conta. 

Limites e cuidados com os pets

Ainda que seja um ato de amor, considerar um cachorro ou gato como um filho pode ser prejudicial em alguns casos. A médica veterinária explica que não necessariamente tratar o pet como filho pode gerar problemas, mas sim replicar hábitos humanos na rotina do animal como por exemplo,  alimentá-los com comidas que consumimos. 

“Não necessariamente você considerar um animal como filho vai trazer algum tipo de prejuízo. O que acontece muito são as estereotipizações dos animais. O excesso de banhos, por exemplo, é um pouco nocivo. O banho em excesso acaba tirando uma barreira protetora da pele do animal fazendo com que bactérias não desejadas se proliferem. A alimentação inadequada também, que acaba causando alterações endócrinas metabólicas”, explica. 

O comportamentalista canino complementa explicando que também podem ocorrer problemas de dependência emocional com os pets. “Muitas vezes, nesse tipo de tratamento, você acaba tornando o cão completamente dependente de você, gerando uma série de transtornos, como ansiedade de separação, medo, ou algum tipo de fobia”, conta. 

Apesar de também vê-lo como um filho, Katharina entende a importância de lembrar que ele é um cachorro que tem necessidades diferentes das de um humano. 

“Eu considero assim: eu tenho ele como se fosse um filho meu, mas ele é um filho animal, não é um filho humano. Eu trato ele com todo o amor possível, mas dentro dos limites do que ele pode e do que ele não pode”, conta. 

Assim como um filho, os pets devem ser bem cuidados e acompanhados levando em conta suas limitações e necessidades específicas.  Os especialistas indicam que os tutores mantenham uma relação com os veterinários e/ou adestradores dos seus animais de estimação. “Nada que uma boa conversa com um veterinário que não traga o esclarecimento necessário para os tutores”, conclui Paola. 

Texto e imagem reproduzidos do site: fanf1 com br

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