sexta-feira, 12 de abril de 2019

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Advogados dos policiais falam sobre abordagem que resultou na morte de designer

Publicado originalmente no site do G1 SE., em 11/04/2019 

Defesa de policiais envolvidos na abordagem que resultou na morte de designer de interiores diz que ação estava dentro dos padrões

Segundo um dos advogados, ainda é necessário o confronto de depoimentos e provas técnicas.

Por G1 SE

Os advogados dos policiais envolvidos na abordagem que resultou na morte do designer de interiores Clautênis José dos Santos, 37 anos, na noite desta segunda-feira (8) dentro de um veículo de aplicativo após ser atingido por tiros falaram sobre a versão dos policiais sobre o caso e o que esperam esclarecer. Os policiais foram afastados das funções após a ocorrência.

“Eles estavam no levantamento de eventuais roubos de carros na região do Bugio e avistaram um veículo em atitude suspeita, com motorista e dois passageiros no banco de trás. Isso é errado? Não. Isso é normal? Também não. Nada mais justo, nada mais correto as suas funções do que proceder com a abordagem. Essa abordagem seguiu os padrões que lecionam a literatura policial”, disse o advogado Cícero Dantas.

Para o advogado, Alessandro Calazans, alguns pontos da investigação ainda precisam ser esclarecidos. “Existe a informação de pessoas que nem sequer estavam na cena do crime dando conta de uma situação que nenhuma das pessoas que estavam no local do fato relataram. Então, é preciso confrontar os diversos depoimentos dos policiais civis, do amigo do Clautênis, do motorista do aplicativo e das provas teóricas periciais, que essas, sem sombra de dúvida são as com mais respaldo. Então, no momento, existem alguns depoimentos e algumas provas periciais, que estão sendo analisadas. É isso que estamos aguardando, com calma e tranquilidade”.

Acompanhamento do MPE

Familiares do designer procuraram o Ministério Público (MP) do Estado de Sergipe na manhã desta quinta-feira (11), para pedir o acompanhamento do inquérito, que segue em sigilo.

O promotor do MP, Eduardo Matos, conversou com os parentes de Clâutenis e disse que o caso será acompanhado. “Já foi encaminhado à SSP um ofício solicitando os documentos da perícia, depoimentos, nomes dos policiais, o tipo de armamento utilizado na abordagem e quantos tiros foram efetuados”, falou.

O que diz uma testemunha

O amigo e testemunha da morte de Clautênis, contou detalhes do que aconteceu antes e depois dos disparos que foram realizados contra um veículo de aplicativo em que eles estavam durante a abordagem policial.

Em conversa com o G1, Leandro Santos, disse que horas antes da ocorrência ele e Clautênis estavam em uma pescaria com amigos, e de lá seguiram para o Santuário Nossa Senhora Aparecida no Conjunto Bugio para visitar o padre da paróquia.

“Por volta das 21h30 chamamos um veículo de aplicativo para deixar o local com destino ao município da Barra dos Coqueiros, onde moramos. Mas minutos depois de cruzar a ponte entre o Conjunto Bugio e Bairro Santos Dumont uma caminhonete encostou a esquerda do nosso carro e gritaram: ‘para, para, para’. Nós estávamos no banco de trás e pensamos que era um assalto. Nos agachamos, o motorista baixou o vidro e eles começaram a atirar. Foi muito tiro, muito tiro”, contou.

Ainda de acordo com a testemunha, ele abriu a porta do carro e tentou puxar o amigo que já estava baleado. “Estava todo ensanguentado, porque o tiro pegou no rosto. Quando percebi que era uma ação policial, eu disse, ‘pelo amor de Deus não atirem não, aqui é passageiro, de aplicativo’. E o motorista gritando, calma’. E eles atiraram. Um dos tiros também acertou a perna do motorista”, lembrou.

A investigação

Segundo o delegado da Polícia Civil, Jonathan Evangelista, é prematuro fazer qualquer avaliação sobre o caso que está sendo investigado. “O objetivo é que a apuração seja bastante rigorosa. As versões que estão correndo nos aplicativos não são as versões que estão no papel. Temos cinco oitivas que precisam ser confrontadas. E temos que tratar o caso com bastante seriedade. Precisamos aprofundar as investigações, para que a conclusão seja real e transmita o que realmente aconteceu”, disse.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se

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