Publicado originalmente no site FAN F1, em 12/04/2019
Caso Clautenis: doutor em Ciência Criminal diz que houve quebra de protocolo na abordagem
Por Leonardo Barreto
“Há regras para fazer aquele determinado tipo de ação”,
disse o doutor em Ciência Criminal e professor da Universidade Tiradentes,
Eduardo Santiago em entrevista ao radialista Narcizo Machado, durante o Jornal
da Fan na manhã desta sexta-feira, 12, ao se referir a abordagem policial que
terminou na morte do designer de interiores Clautenis José dos Santos de 37
anos, na última segunda-feira, 8.
O especialista apontou que houve quebra de protocolo na abordagem
policial. “É preciso que os policiais tenham amplo direito à defesa, mas numa
análise preliminar, não há o menor sentido em algumas ações que identificamos
nos depoimentos. Por exemplo: Se o veículo onde os três rapazes estavam fosse
de fato roubado e os rapazes suspeitos, porque depois de atirarem, os policiais
deixaram o amigo do Clautenis no local, sem que ele fosse ao menos revistado”,
questionou?
Leandro - amigo de Clautenis (Foto: reprodução TV Atalaia)
O amigo de Clautenis,
identificado como Leandro informou que depois de atirar, os policiais
recolheram o corpo do designer e jogaram na carroceria da viatura policial.
“Nesse momento eu vi nos coletes que eram policiais civis, mas até então, eu
pensei que fosse um assalto, já que fomos interceptados por um carro
descaracterizado com homens encapuzados, que já chegaram atirando. Os policiais
foram embora e eu fiquei sem entender nada. Só depois fui ajudado por uma
equipe da Polícia Militar, que passava pelo local”, detalhou.
O fato dos policias chegarem atirando, segundo especialista
em Ciência Criminal, é o principal fator que demonstra a quebra de protocolo na
abordagem. “Se policiais estão em busca de um veículo roubado, o primeiro
procedimento a ser adotado é se certificar sobre a identificação do carro,
feito isto, manda-se para uma central confirmar a informação, podendo-se a
partir daí efetuar a abordagem. Os disparos são justificados em legitima
defesa, para isto é preciso que os suspeitos atirem ou que estejam com a arma
apontada na direção dos policiais. Se os suspeitos estiverem armados, mas estas
condições postas não acontecerem, não justifica atirar”, explicou.
Entenda o caso
A morte do designer tem repercutido na imprensa local e
nacional desde a última segunda-feira, 8. Clautenis é apontado por amigos e
familiares como um homem religioso, trabalhador e de conduta ilibada, sem
antecedentes criminais.
Clautenis José dos Santos - designer de interiores
assassinado
Ele foi morto a tiros po policiais civis, quando voltada da
igreja católica do Conjunto Bugio, na Zona Oeste de Aracaju (SE) para sua casa,
no município da Barra dos Coqueiros (SE), na região metropolitana da capital.
Clautenis e um amigo estavam em um veículo de aplicativo de transporte, quando
na avenida Serafim Bonfim, no bairro Santos Dumont, na Zona Norte de Aracaju
foram abordados por policiais civis, que disparam vários tiros contra o
veículo. Cleutenis foi alvejado e levado pelos policiais ao Hospital de
Urgências de Sergipe (Huse), mas já chegou morto.
Texto e imagens reproduzidos do site: fanf1.com.br
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