Foto reproduzida do site [a8se.com/tv-atalaia] e postada pelo
blog: 'Segmento NEWS', para ilustrar a presente postagem
Família de designer e defesa de policiais criticam inquérito
Por Gabriel Damásio
O resultado do inquérito oficial da Corregedoria de Polícia
Civil sobre a morte de Clautenes José dos Santos começou a ser criticado ainda
no meio da entrevista coletiva dada pelo delegado Júlio Flávio Prado e pela
perita criminal Fernanda Faro. O advogado Cícero Dantas, um dos responsáveis
pela defesa dos policiais investigados, estava entre os jornalistas que
acompanharam a divulgação e disse não concordar com o indiciamento do agente
José Humberto, alegando que ele agiu em legítima defesa.
Dantas sustenta que Humberto teria reagido a uma agressão
sofrida no momento em que a porta foi aberta bruscamente, derrubando-o ao chão,
e que isso teria acontecido por um suposto erro do próprio Clautenes. "A
vítima, segundo a perícia, e o delegado não discorda, foi atingida uma única
vez. O policial estava com uma arma automática de mais de 10 munições, e
poderia ter usado todas. [Ação] mais moderada do que essa, não consigo enxergar.
A atitude do policial se repele perfeitamente na legítima defesa. Onde ele foi
imprudente, negligente ou imperito?", questiona.
O advogado ainda minimizou o fato de Clautenes e o colega
que o acompanhava estarem desarmados naquela noite, o que foi apontado como
principal erro da abordagem. A defesa atribuiu o equívoco ao nervosismo
característico das abordagens policiais. "Hoje estamos aqui em uma sala
confortável com ar-condicionado, quase três meses depois do caso. Assim é muito
fácil detalhar o que houve e sabermos que todos eram pessoas de bem, mas
naquele momento não. Na adrenalina, os policiais seguiram os protocolos. Depois
que foi constatado o que de fato havia acontecido, a primeira atitude foi
socorrer as vítimas", disse Cícero na coletiva.
Dolo eventual - Já a família de Clautenes contesta
totalmente o inquérito da Corregedoria e adiantou que vai procurar o Ministério
Público Estadual (MPE) para desqualificar seus autos e também a perícia da
reconstituição feita pelo Instituto de Criminalística. Em declarações
publicadas pelo site F5 News, a advogada Laura Lustosa, representante da
família do designer, confirmou que vai se inscrever no processo como assistente
de acusação e denunciar os policiais envolvidos por homicídio doloso, com
intenção ou risco assumido de matar.
A estratégia é tentar levar o processo ao júri popular, que
pode resultar em condenação dos réus a até 30 anos de prisão. "O inquérito
não vincula ação penal. Vou conversar com o promotor do Ministério Público e
vamos enquadrar como dolo eventual ou até mesmo direto [quando há intenção].
Vou pedir julgamento pelo tribunal do júri e dar ênfase no homicídio por dolo
eventual porque ele assumiu o risco de matar o Clautenes. Não acredito em
negligência e nem imprudência", declarou Laura, apontando ainda que os
laudos periciais trazem vários erros, incluindo a não-preservação do local de
crime.
Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br
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