A advogada teve acesso ao inquérito na última quinta–feira, 17, após fazer
uma solicitação à Secretaria de Segurança Pública (SSP)
Foto: Arquivo Pessoal/Facebook
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 22 de abril de 2019
Caso Design: advogada da vítima vê contradições em
depoimentos
Em um primeiro encontro realizado na manhã desta
segunda-feira, 22, no Ministério Público Estadual (MPE), a defesa da família de
Clautenis José dos Santos afirmou que após ter acesso ao inquérito da morte do
design percebeu que havia muitas contradições nos depoimentos prestados à
polícia. Segundo a advogada de defesa, Laura Lustosa, as contradições do
motorista de aplicativo foram as que mais lhe chamaram atenção.
A advogada teve acesso ao inquérito na última quinta–feira,
17, após fazer uma solicitação à Secretaria de Segurança Pública (SSP). Após
fazer a leitura dos autos, Laura classificou o inquérito como “raso e com
poucos depoimentos”. “O que me chamou a atenção nos autos do inquérito foi o
depoimento do motorista de aplicativo. Ele foi totalmente contraditório. Não
sei se foi por nervosismo ou o que possa ter havido. Acredito que na justiça o
depoimento dele há de mudar alguma coisa”, avalia.
Ainda segunda ela, o ponto-chave da contradição diz respeito
às
circunstâncias da morte de Clautenis (Foto: Portal Infonet)
Ainda segunda ela, o ponto-chave da contradição diz respeito
às circunstâncias da morte de Clautenis. “O Leandro [amigo de Clautenis e que
estava no veículo durante a abordagem policial] não teve contradição nenhuma em
seus depoimentos. Ele relata que Clautenis foi morto dentro veículo. Já o
motorista de aplicativo tem duas versões. Quem está falando a verdade?!”,
questiona.
No que se refere às testemunhas ouvidas, ela também diz
encontrar pontos que não se cruzam. “No inquérito encontramos testemunhas de
‘ouvir dizer’. Mas ‘ouvir dizer’ não é testemunha ocular que estava no fato. Há
testemunhas que presenciaram toda dinâmica do crime e não consta nos autos do
inquérito policial”, ressalta Laura. Diante dos fatos, ela diz acreditar nos
encaminhamentos que o Ministério Público pode ofertar. “Eu acredito na
imparcialidade e na credibilidade do Ministério Público. Além do seu poder de
investigação. Não é só a Polícia que investiga. O promotor também tem o poder
de investigar”, destaca. “Eu torço por uma investigação com qualidade. Que se
investigue de maneira mais profunda”, assinala.
MP
O motorista de aplicativo chegou a comparecer a sede do MPE,
mas não foi ouvido. Um novo encontro foi remarcado, ainda sem data definida. O
promotor do caso, Djaniro Jonas, informou que ainda não leu os autos do
inquérito e que só irá se manifestar “no momento oportuno”. Segundo Jonas,
ainda é cedo para qualquer parecer. “Por isso que as investigações estão sob
sigilo. Para não atrapalhar o andamento do processo”, assinala.
Por João Paulo Schneider
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br
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