A vítima de 37 anos seguia para casa na Barra dos Coqueiros. (Foto: reprodução Facebook)
Publicado originalmente no site F5 News, em 10/04/2019
SSP não explica morte de Clautenis dos Santos durante ação
policial
Corregedora diz que policiais teriam sido agredidos na
abordagem em Aracaju
Por
Will Rodriguez
A Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP) ainda não
tem explicações para a abordagem policial que resultou na morte do designer de
interiores Clautenis José dos Santos, 37 anos, em Aracaju. Em entrevista
coletiva, no começo da tarde desta terça-feira (9), os delegados responsáveis
pelo caso disseram que cinco pessoas já prestaram depoimento, mas todas as
versões ainda serão verificadas.
A delegada Tereza Simony, titular do Departamento de
Homicídios (DHPP), considera precipitado divulgar os detalhes das oitivas dos
três policiais envolvidos na ação, como também do motorista e do amigo de
Clautenis que presenciaram a execução do rapaz. "Estamos levantando
imagens das câmeras de estabelecimentos da região. O inquérito é sigiloso e nós
precisamos confrontar as informações", disse.
A operação aconteceu por volta das 22h desta segunda-feira
(8), quando policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV)
averiguavam uma denúncia do roubo de um veículo modelo Corolla no conjunto
Bugio, na zona oeste da capital, onde Clautenis iniciou a corrida. No bairro
Santos Dumont, segundo Leandro Santos, que também estava no carro, os policiais
fizeram o cerco e efetuaram disparos sem qualquer chance de defesa.
Na narrativa apresentada pelos policiais, os ocupantes do
carro teriam reagido à abordagem, conforme a corregedora da Polícia Civil,
Erika Magalhães. "Havendo indícios de que existe uma situação de crime, os
policiais devem fazer a chegada de forma tranquila e bastante técnica. Pelo que
a gente percebeu, a princípio, os policiais também sofreram algum tipo de
agresssão, no início, e houve um 'confronto' que infelizmente culminou com o
óbito", afirmou.
O veículo em que Clautenis foi morto já passou pela perícia
da Polícia Civil, que não identificou nenhum item que o tornasse suspeito e
também já constatou que o automóvel possuía cadastro ativo e regular na empresa
de transporte por aplicativo.
A SSP informou que Clautenis não possuía passagem pela
polícia. A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito, que também vai
subsidiar as medidas administrativas em relação aos policias envolvidos, que
não foram afastados inicialmente.
Ministério Público
O Ministério Público de Sergipe instaurou um procedimento
administrativo para apurar a conduta dos policiais envolvidos na morte de
Clautenis. Em ofício enviado ao secretário da Segurança, João Eloy, o promotor
de Justiça, Eduardo Matos, pede que o Inquérito Policial seja encaminhado para
a Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial
após a investigação.
Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br
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