terça-feira, 16 de abril de 2019

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Advogado de motorista do carro onde designer de interiores foi baleado falou pelo cliente

Publicado originalmente no site G1 SE., em 15/04/2019 

Advogado de motorista baleado em abordagem policial diz que ele não sabe porque veículo foi parado

Abordagem terminou com a morte do designer de interiores, Clautênis José dos Santos, na última segunda-feira (8).

Por G1 SE

O advogado do motorista de aplicativo baleado durante ação policial que resultou na morte do designer de interiores, Clautênis José dos Santos, 37 anos, na noite da segunda-feira (8) no Bairro Santos Dumont, na Zona Norte de Aracaju (SE), falou sobre a versão de seu cliente a respeito da ocorrência.

Segundo o advogado, José Macial Santos, seu cliente, disse que foi acionado para buscar os passageiros no Conjunto Bugio e durante o tempo em que esteve com eles não notou nenhuma atitude suspeita.

Ainda de acordo com o advogado, o motorista notou que um carro estava seguindo o veículo em que eles estavam e em seguida os policiais deram ordem de parada. “Ele desceu do carro, se identificou como motorista de aplicativo e ficou em posição de revista, de costas para o veículo. Foi quando ele ouviu os disparos e por medo correu e também foi baleado. Ele retornou, se identificou novamente e foi socorrido pelos policiais juntamente com o Clautênis”, contou.

O advogado disse também que o motorista, que não tem passagem pela polícia, ainda não sabe o motivo pelo qual foi abordado naquela noite.

O que diz uma testemunha

O amigo e testemunha da morte de Clautênis, contou detalhes do que aconteceu antes e depois dos disparos que foram realizados contra um veículo de aplicativo em que eles estavam durante a abordagem policial.

Em conversa com o G1, Leandro Santos, disse que horas antes da ocorrência ele e Clautênis estavam em uma pescaria com amigos, e de lá seguiram para o Santuário Nossa Senhora Aparecida no Conjunto Bugio para visitar o padre da paróquia.

“Por volta das 21h30 chamamos um veículo de aplicativo para deixar o local com destino ao município da Barra dos Coqueiros, onde moramos. Mas minutos depois de cruzar a ponte entre o Conjunto Bugio e Bairro Santos Dumont uma caminhonete encostou a esquerda do nosso carro e gritaram: ‘para, para, para’. Nós estávamos no banco de trás e pensamos que era um assalto. Nos agachamos, o motorista baixou o vidro e eles começaram a atirar. Foi muito tiro, muito tiro”, contou.

Ainda de acordo com a testemunha, ele abriu a porta do carro e tentou puxar o amigo que já estava baleado. “Estava todo ensanguentado, porque o tiro pegou no rosto. Quando percebi que era uma ação policial, eu disse, ‘pelo amor de Deus não atirem não, aqui é passageiro, de aplicativo’. E o motorista gritando, calma’. E eles atiraram. Um dos tiros também acertou a perna do motorista”, lembrou

A investigação

Segundo o delegado da Polícia Civil, Jonathan Evangelista, é prematuro fazer qualquer avaliação sobre o caso que está sendo investigado. “O objetivo é que a apuração seja bastante rigorosa. As versões que estão correndo nos aplicativos não são as versões que estão no papel. Temos cinco oitivas que precisam ser confrontadas. E temos que tratar o caso com bastante seriedade. Precisamos aprofundar as investigações, para que a conclusão seja real e transmita o que realmente aconteceu”, disse.

Defesa dos policiais

“Eles estavam no levantamento de eventuais roubos de carros na região do Bugio e avistaram um veículo em atitude suspeita, com motorista e dois passageiros no banco de trás. Isso é errado? Não. Isso é normal? Também não. Nada mais justo, nada mais correto as suas funções do que proceder com a abordagem. Essa abordagem seguiu os padrões que lecionam a literatura policial”, disse o advogado Cícero Dantas.

Para o advogado, Alessandro Calazans, alguns pontos da investigação ainda precisam ser esclarecidos. “Existe a informação de pessoas que nem sequer estavam na cena do crime dando conta de uma situação que nenhuma das pessoas que estavam no local do fato relataram. Então, é preciso confrontar os diversos depoimentos dos policiais civis, do amigo do Clautênis, do motorista do aplicativo e das provas teóricas periciais, que essas, sem sombra de dúvida são as com mais respaldo. Então, no momento, existem alguns depoimentos e algumas provas periciais, que estão sendo analisadas. É isso que estamos aguardando, com calma e tranquilidade”.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com

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